Regina da Costa Kasprzykowski
(Porto, 1915 - Lisboa, 2011)
Regina Costa K.
Av. E. U. América, 62 – 6.º D.
1700 Lisboa

97/12/01

Queridos Amigos: Annie e Eduardo:

Escrevo-vos deliberadamente, um pouco distante das Festas de Família, não só para vos desejar que elas sejam Alegres na companhia de todos os vosso familiares, mas também para vos falar sobre o espólio do Vergílio.
Antes do mais os meus agradecimentos pela intervenção do Eduardo junto do Prof. Doutor Francisco Bettencourt. Pareceu-me interessado e com entusiasmo. Ficou assente então que no princípio do próximo ano se começaria com o trabalho da transferência, tendo eu, em primeiro lugar de resolver a nova situação com o Presidente da Câmara de Gouveia.
A Biblioteca Nacional recebe os manuscritos, a correspondência e apenas os livros com anotações, garantindo que dentro de dois anos os manuscritos estarão prontos para consulta. Só depois tratarão da correspondência que ficará interdita a consulta pública durante os próximos quarenta anos. A propósito, comunico que encontrei as cartas do Eduardo (as únicas) muito bem empacotadas junto dos manuscritos do Vergílio. Ainda não arranjei tempo para as contar. Pesá-las foi mais rápido. Dois quilos e meio delas em papel de avião! Faça as contas…
Quando vierem ao «cantinho» português apareçam ou reservem-me ½ hora para eu vos visitar no Hotel.
Meu abraço para ambos e votos das Maiores Felicidades também para todos.
Com a amizade da
Regina
No Acervo de Eduardo Lourenço existem seis cartas de Regina da Costa Kasprzykowski, viúva do escritor Vergílio Ferreira (1916-1996), datadas de 1996 a 2009.
A 1 de Dezembro de 1997, Regina Kasprzykowski escreve a Eduardo Lourenço comentando a incorporação do espólio de Vergílio Ferreira no Arquivo da Cultura Portuguesa Contemporânea: «A Biblioteca Nacional recebe os manuscritos, a correspondência e apenas os livros com anotações […] Só depois tratarão da correspondência que ficará interdita a consulta pública durante os próximos anos. A propósito, comunico que encontrei as cartas do Eduardo (as únicas) muito bem empacotadas junto dos manuscritos do Vergílio. Ainda não arranjei tempo para as contar. Pesá-las foi mais rápido. Dois quilos e meio delas em papel de avião! Faça as contas…» (são 256 as cartas de Eduardo Lourenço a Vergílio Ferreira, escritas entre 1955 e 1995).