Melo Antunes
(Lisboa, 1933 - Sintra, 1999)
Lisboa
3/1/85
Meu Caro Professor
Os meus agradecimentos pelos votos dum Bom Ano que gostosamente retribuo.
Espero também que 1985 possa ser, para todos nós, um ano de mudança, o início de um novo ciclo da nossa história recente.
Um abraço amigo de quem sempre conta com a sua atenta voz para melhor (me) pensar, para melhor decifrar os sinais que nos chegam daquele “silêncio escuro” de que nos fala Dante, no Inferno.
Ernesto Melo Antunes
Ernesto Augusto Melo Antunes foi um militar e estadista português. Em 1969, apresentou-se como candidato oposicionista pela CDE (Comissão Democrática Eleitoral) às eleições legislativas. Em 1973, aderiu ao Movimento dos Capitães e participou activamente no golpe militar que derrubou o Estado Novo. Um dos mais politizados elementos do grupo, preparou o Programa do Movimento das Forças Armadas (MFA), anunciado ao país a 26 de Abril de 1974. Foi membro da Comissão Coordenadora do Programa do MFA. Assumiu responsabilidades governativas nos II, III, IV e VI Governos Provisórios, primeiro como ministro sem pasta e depois como ministro dos Negócios Estrangeiros. Melo Antunes foi um dos protagonistas do “Verão Quente” de 1975 e autor do “Documento dos Nove”, essencial para entender o 25 de Novembro e o fim do PREC. Integrou o Conselho da Revolução, o Conselho de Estado e a Comissão Constitucional, antecessora do Tribunal Constitucional.
Eduardo Lourenço participou, como presidente da sessão de encerramento, do fórum “Liberdade e coerência cívica: O exemplo de Ernesto Melo Antunes na História Contemporânea Portuguesa”, que se realizou na Fundação Calouste Gulbenkian nos dias 27 e 28 de Novembro de 2009.