Baltazar Rebelo de Sousa
(Lisboa, 1921-Lisboa, 2002)
(Lisboa, 1921-Lisboa, 2002)
São Paulo, 27 de Maio de 1985.
Exmº. SenhorProf. Dr. Eduardo Lourenço
Ilustre Escritor
Lisboa – Portugal
Exmº. Senhor:
Vai esta Academia Lusíada, de que fazem parte intelectuais e artistas portugueses e brasileiros, promover uma série de manifestações evocativas do cinquentenário da morte do Poeta Fernando Pessoa, através do seu Instituto de Estudos Fernando Pessoa.
O ponto alto das manifestações será com certeza o I Colóquio Luso-Brasileiro de Estudos Pessoanos, na Academia Paulista de Letras, com a participação de universitários e escritores de ambos os países. E é para este Colóquio que convidamos V. Exa., solicitando nos traga uma comunicação sobre o Poeta. O encontro foi marcado para o início de outubro (em anexo, o programa geral das comemorações).
Esclarecemos que a Fundação Cultural Brasil-Portugal (do Rio), a Pontifícia Universidade Católica (de Porto Alegre), a Fundação Joaquim Nabuco (de Recife) e os coordenadores do XI Encontro dos Professores Universitários Brasileiros de Literatura Portuguesa (em João Pessoa, 13 a 17 de Outubro) solicitaram a presença de todos ou de pelo menos alguns dos participantes do Colóquio.
Esta Academia assegura a viagem ao Brasil e a estada em São Paulo. Os convidados irão depois aos locais que desejarem, como convidados das diferentes entidades, tendo apenas que declarar as cidades a visitar, na altura da emissão das passagens (em Portugal).
A fim de podermos elaborar o programa definitivo do I Colóquio, pedimos uma resposta de V. Exa., tão breve quanto possível. E após a confirmação da presença de V. Exa. Serão confirmados a data e outros pormenores do encontro.
Esclarecemos que o Colóquio conta com o alto patrocínio de diversas Universidades Brasileiras, bem como das Fundações Calouste Gulbenkian e Cultural Brasil-Portugal (do Rio), Embaixada e Consulados de Portugal e de outras entidades. A comissão é presidida pelo Prof. Dr. Antônio Soares Amora e secretariada pelo Prof. João Alves das Neves, coordenador do Instituto de Estudos Fernando Pessoa.
Agradecendo a resposta de V. Exa., subscrevemo-nos, com os melhores cumprimentos, atenciosamente,
O Presidente da Academia Lusíada
Baltazar Rebelo de Sousa
Baltazar Rebelo de Sousa
Baltazar Rebelo de Sousa foi médico, professor e político. Com raízes familiares em Cabeceiras de Basto, licenciou-se em Medicina e diplomou-se nos cursos de Medicina Tropical e Medicina Sanitária, passando pela Federação das Caixas de Previdência. Casou em Lisboa com a assistente social Maria das Neves Fernandes Duarte de quem teve três filhos, um dos quais o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Foi um destacado dirigente da Mocidade Portuguesa e, em 1953, foi eleito deputado à Assembleia Nacional, pelo círculo eleitoral de Évora, tendo sido eleito pelo círculo de Braga em 1957. Entre 1955 e 1961, foi subsecretário de Estado da Educação Nacional e secretário do Ministro das Colónias, Marcelo Caetano.
Quando Marcelo Caetano chega a presidente do Conselho, Baltazar Rebelo de Sousa é nomeado governador-geral de Moçambique (1968-1970), onde alcança significativa popularidade graças a uma política de abertura às populações locais. De regresso a Lisboa, desempenhou funções de ministro-delegado do Presidente do Conselho para a Emigração e ocupou, sucessivamente, os cargos de ministro da Saúde e Assistência, das Corporações e Previdência Social e, em 1973, ministro do Ultramar.
Após o 25 de Abril de 1974, e tal como outros governantes do Estado Novo, radicou-se no Brasil, onde viveu 17 anos. Foi administrador de empresas no estado de São Paulo, ensinou em diversas universidades e pertenceu a várias associações culturais luso-brasileiras, entre as quais a Academia Lusíada. Criada em 1980, a Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes de São Paulo tem 50 membros efectivos, portugueses e brasileiros. A instituição conta igualmente com 60 sócios correspondentes em Portugal, Moçambique e em outras cidades brasileiras.
Quando Marcelo Caetano chega a presidente do Conselho, Baltazar Rebelo de Sousa é nomeado governador-geral de Moçambique (1968-1970), onde alcança significativa popularidade graças a uma política de abertura às populações locais. De regresso a Lisboa, desempenhou funções de ministro-delegado do Presidente do Conselho para a Emigração e ocupou, sucessivamente, os cargos de ministro da Saúde e Assistência, das Corporações e Previdência Social e, em 1973, ministro do Ultramar.
Após o 25 de Abril de 1974, e tal como outros governantes do Estado Novo, radicou-se no Brasil, onde viveu 17 anos. Foi administrador de empresas no estado de São Paulo, ensinou em diversas universidades e pertenceu a várias associações culturais luso-brasileiras, entre as quais a Academia Lusíada. Criada em 1980, a Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes de São Paulo tem 50 membros efectivos, portugueses e brasileiros. A instituição conta igualmente com 60 sócios correspondentes em Portugal, Moçambique e em outras cidades brasileiras.
