Manuel Hermínio Monteiro
(Vila Real, 1952-Lisboa, 2001)
(Vila Real, 1952-Lisboa, 2001)
Lisboa, 20 de Junho de 1997
No momento em que a Assírio & Alvim assinou com os herdeiros de Fernando Pessoa o contrato de edição referente à publicação e representação em exclusivo da totalidade da obra deste poeta, pareceu-nos oportuno comunicar-lhe o nosso apreço pelo trabalho que tem desenvolvido no estudo da obra pessoana.
Sem o seu trabalho, a obra de Pessoa não teria o reconhecimento e a divulgação de que hoje disfruta. Desejamos poder contar no futuro com o seu entusiasmo e dedicação à obra pessoana de forma a encontrarmos um modelo rigoroso e exemplar de edição.
Por isso vimos pedir-lhe, a si, como a outros pessoanos, que nos responda do modo que desejar e no máximo de 3 páginas a estas três perguntas:
1. Como julga que deve ser feita ou reorganizada a edição das obras de Fernando Pessoa?
2. Que trabalhos tem em mãos que poderiam ser incluídos nesta edição?
3. Qual a sua disponibilidade e de que modo poderia colaborar na nova edição das obras de Fernando Pessoa?
A resposta a estas perguntas destina-se, além de uma necessária recolha de informação, à publicação num número especial de A Phala sobre a nova edição das obras de Pessoa. Agradecemos sinceramente a sua colaboração e pedimos-lhe que nos envie a sua resposta com a maior brevidade possível.
Os melhores cumprimentos e peço-lhe desculpa pela formalidade. Um abraço do
Hermínio Monteiro
O editor Manuel Hermínio Monteiro nasceu na aldeia de Parada do Pinhão (Vila Real) em 1952. Estudou em Arouca e no Porto. Em Lisboa frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em História, após o abandono do curso de Direito. Em 1975 iniciou o seu percurso na Assírio & Alvim, numa altura em que a editora atravessava uma grave crise financeira. Em 1978 assumiu a coordenação editorial e construiu um invejável catálogo de autores, com destaque para a poesia em língua portuguesa. A edição de diferentes poetas nacionais, dos mais jovens aos mais consagrados, elevou o prestígio cultural e o sucesso económico da empresa.
Em 1986 Manuel Hermínio Monteiro lançou a revista A Phala, da qual se destaca o número especial Um Século de Poesia 1888-1988, que contou com a participação de Fernando Pinto do Amaral, Mário Cesariny, Herberto Hélder e Eugénio de Andrade. Hermínio Monteiro deixou colaboração em várias publicações, nomeadamente na revista K (que fundou juntamente com Miguel Esteves Cardoso), na revista Ler, n’O Independente e no Jornal de Letras. Morreu a 3 de Junho de 2001, vítima de cancro.
Numa entrevista à jornalista Anabela Mota Ribeiro, Manuel Hermínio Monteiro afirmou: «Com a idade vamos percebendo que a felicidade é uma aquisição muito delicada, muito trabalhosa. Esgaravatar numa mina, mexer muita terra, muita pedra, e depois, de vez em quando, lá aparece um bocadinho de minério. A felicidade também é assim. São momentos fulgurantes, extraordinários, mas não existe em estado puro. Nada existe nesta vida em estado puro».
Em 1986 Manuel Hermínio Monteiro lançou a revista A Phala, da qual se destaca o número especial Um Século de Poesia 1888-1988, que contou com a participação de Fernando Pinto do Amaral, Mário Cesariny, Herberto Hélder e Eugénio de Andrade. Hermínio Monteiro deixou colaboração em várias publicações, nomeadamente na revista K (que fundou juntamente com Miguel Esteves Cardoso), na revista Ler, n’O Independente e no Jornal de Letras. Morreu a 3 de Junho de 2001, vítima de cancro.
Numa entrevista à jornalista Anabela Mota Ribeiro, Manuel Hermínio Monteiro afirmou: «Com a idade vamos percebendo que a felicidade é uma aquisição muito delicada, muito trabalhosa. Esgaravatar numa mina, mexer muita terra, muita pedra, e depois, de vez em quando, lá aparece um bocadinho de minério. A felicidade também é assim. São momentos fulgurantes, extraordinários, mas não existe em estado puro. Nada existe nesta vida em estado puro».
